
Evolução da Paisagem Cultural de Santos
Introdução sobre a ferramenta e seus objetivos
Esse Storymap tem como objetivo apresentar a paisagem cultural da Baía de Santos e seu entorno, a partir das pesquisas realizadas pelo grupo Documento em Projetos ligados à APS (Autoridade Portuária de Santos). Os mapas a seguir apresentam a evolução dessa paisagem cultural, sob uma perspectiva arqueológica e de cartografia histórica, sobrepondo resultados de pesquisas e modos de vida da região.
Evolução da Paisagem de Santos
A cidade de Santos e seu porto estão localizados em uma ilha que faz parte de uma região com diversas paisagens naturais, como praias, montanhas, florestas e manguezais. A face sul da ilha é voltada para o oceano, onde se encontram as praias e as montanhas cobertas pela Mata Atlântica. A face norte da ilha é voltada para uma lagoa extensa, que se conecta com vários rios e canais cheios de manguezais. A ilha também tem planícies de areia e morros de rocha, que antigamente eram cobertos por florestas e é separada do continente e de outra ilha parecida por canais estreitos. Essas características físicas chamaram a atenção dos primeiros exploradores europeus que chegaram ao Atlântico sul. Como se pode perceber, na ideia de porto se encontra o berço da cidade, e a explicação do fato de se ter instalado primeiro ali onde se instalou, no Valongo: área abrigada, calma, protegida da fúria dos mares e dos ventos fortes, facilmente acessível pelo canal leste, mas alcançável, também, pelo outro canal, por navegantes vindos do sul. A cidade nasceu e se desenvolveu, portanto, a partir do atracadouro, dali rapidamente ganhando outras dimensões de caráter mais continental. Era voltada para o “mar interior”. De fato a orla litorânea, tão importante para a sociedade santista (e paulistana) no século XX, não foi ocupada senão no final do século anterior. Antes disso, toda a vida urbana estava voltada para o interior da baixada, para a área lagunar.
As marcas registradas na Paisagem
Os Sítios Arqueológicos identificados na Base CNSA IPHAN
A Baixada Santista é uma região rica em história e cultura, que foi palco de diferentes atividades humanas ao longo dos séculos. Desde os povos indígenas que construíram os sambaquis, passando pelos colonizadores portugueses, pelos africanos (que inicialmente chegaram como escravos), pelos imigrantes europeus e asiáticos, até os trabalhadores do porto e do comércio, todos deixaram suas marcas e contribuições para a formação da identidade regional.
Os Sítios Arqueológicos identificados nas Pesquisas
Essas marcas podem ser encontradas em diversos tipos de patrimônio histórico e arqueológico, que revelam aspectos da vida social, econômica, política e religiosa desses grupos. Além disso, essas atividades humanas também modificaram a paisagem natural da região, criando novos espaços e alterando o relevo. Um exemplo disso é o próprio Porto de Santos, que foi resultado de várias intervenções no litoral, desde o século XIX até hoje.
Patrimônio Edificado
Santos é uma cidade que tem uma longa história de presença humana, que remonta a pelo menos 4.500 anos. Os primeiros habitantes foram os povos indígenas que deixaram marcas de sua cultura nos sambaquis (ou monte de conchas, em Tupiguarani). A partir do século XV, Santos recebeu os colonizadores europeus que iniciaram o processo de formação do Estado Brasileiro, participando de importantes ciclos econômicos como o açúcar, o café e a industrialização. Atualmente, Santos é o maior porto da América Latina e um polo turístico e cultural.
As Vilas
A Cidade de Santos tem sua formação diretamente ligada à atividade portuária e suas transformações. A partir da reforma de 1892, quando o Porto adquiriu dimensões industriais, suas feições coloniais foram remanejadas, com a chegada de grandes aterros que possibilitaram a ocupação urbana ampliada que perdurou ao longo de todo o século XX.
Co-criação com as comunidades
Durante os projetos de pesquisa realizados na Baixada Santista, foram realizados mapeamentos referentes ao patrimônio material e imaterial apresentado pelas suas comunidades tradicionais, aqui focadas nos povoados e núcleos de ocupação que vivem da pesca (artesanal, comercial), além de Oficinas com os mais diversos grupos sociais envolvidos no Porto para integração entre o Programa e as comunidades.
Confira nossas publicações:
O conteúdo desse Storymap se encontra em detalhe em duas publicações realizadas durante as pesquisas para o Porto de Santos:
Livro: Paisagens Culturais da Baia de Santos
Série Cartográfica Santos