Visita de estudo a Penacova e à Covilhã
Março de 2024
Primeira etapa da viagem!
Da Tocha à Barragem da Aguieira...
Saímos da Escola da Tocha e fomos em direção a nordeste (nor-nordeste), até à primeira paragem da nossa viagem que foi a barragem da Aguieira que se localiza em Penacova, localizada a cerca de 47 km em linha reta da nossa escola.
A Barragem da Aguieira localiza-se na região Centro da NUTS II, na sub-região do Baixo Mondego (NUTS III) , no concelho de Penacova, a 20 km do distrito de Coimbra.
A Tocha está localizada a: 40.312778º N; 8.748056ºW A Barragem da Aguieira está localizada a: 240,339722º N; 8,196111º W
Carta sinótica de superfície, 19 de fevereiro de 2024
Esta era a situação meteorológica de superfície no dia da nossa visita de estudo! Quando saímos da nossa escola, o céu encontrava-se pouco nublado e com ausência de precipitação, causado pela presença do anticiclone que influenciava o estado do tempo e que constitui uma barreira à passagem de perturbações frontais, desviando-as mais para norte. Tivemos a sorte de ter um dia com céu limpo ou pouco nublado no nosso destino!
Como estará o tempo agora?
Primeira etapa da viagem (Tocha- Barragem da Aguieira)
Barragem da Aguieira, Penacova
A Barragem da Aguieira é uma das mais imponentes de Portugal, atingindo uma altura de cerca de 90 metros. Está situada nas águas do Mondego, o maior rio do país, a sua albufeira abrange mais de 2.000 hectares, e estende-se pelos concelhos de Carregal do Sal, Mortágua, Penacova, Santa Comba Dão, Tábua e Tondela. Desde o início de suas atividades em 1981, a barragem teve como principais objetivos o abastecimento de água, a irrigação agrícola, a regulação de caudais de cheia e a produção de energia elétrica. Além dos seus propósitos originais, a Barragem da Aguieira tornou-se um local privilegiado para atividades náuticas, de lazer e desporto, proporcionando aos visitantes uma experiência única numa paisagem deslumbrante.
Funcionamento de uma central hidroeléctrica
A produção da energia elétrica por aproveitamento de recursos hídricos e uma das formas de produção mais barata e menos poluente. a água acumulada numa represa e transporta através de uma conduta normalmente desnivelada que vai estreitando de forma a aumentar a velocidade de deslocamento de água. Na entrada desta conduta e normalmente encontrada uma grade protetora que impede a entrada na conduta de objetos potencialmente destrutivos e uma comporta que permite regular o caudal de água. A água circula então através de uma turbina antes de seguir para o exterior sendo a sua energia cinética convertida em energia elétrica no gerador. O fluxo de energia elétrica é produzido, conduzido e regularizado numa central transformadora para evitar transmitir picos ou quebras de produção para a rede elétrica, sendo posteriormente enviado para cabos de alta tensão para uma estação transformadora próxima do local de consumo.
Rio Mondego
Os impactes da construção da Barragem da Aguieira de acordo com a análise SWOT são: Pontos fortes (oportunidades) - a barragem contribui de uma forma significativa para a produção e fornecimento de energia hidroelétrica; a sua presença ajuda a regular os caudais do rio Mondego, minimizando o risco de cheias na área do Baixo Mondego; a albufeira da barragem fornece água para municípios vizinhos, incluindo a cidade de Coimbra, esta, com mais de 2.000 hectares, oferece oportunidades para momentos recreativos e turísticos, atraindo turistas e visitantes.
As atividades de lazer, como passeios de barco, pesca e caminhadas nas margens, geram receitas para a economia local. Além disso, os hotéis, restaurantes e outras empresas relacionadas com o turismo também beneficiam da presença da barragem.
Montebelo Aguieira Lake Resort & SPA
Por outro lado, os pontos fracos (ameaças) são: a construção da barragem alterou o ecossistema natural, submergindo áreas terrestres o que afetou a fauna e a flora local; algumas aldeias, como Breda e Senhora da Ribeira, foram submersas pela albufeira, causando deslocamento de comunidades.
Segunda etapa da viagem!
Da Barragem da Aguieira às Minas da Panasqueira...
Após a visita à barragem, saímos em direção sudeste para as minas da Panasqueira, a 41,88 km.
Minas da Panasqueira
As Minas da Panasqueira localizam-se na região da NUTS II do Centro e na Sub-região da NUTS III das Beiras e Serra da Estrela. Ficam entre o Cabeço do Pião (no concelho do Fundão) e a aldeia da Panasqueira (no concelho da Covilhã). A jazida da Panasqueira passou a ser explorada em 1896 mantendo-se até à atualidade. Foram várias as empresas que ao longo dos anos foram explorando, encerraram em 1993 e foram adquiridas por uma empresa chamada Avocet Ventures Inc. reabrindo em 1995.
São conhecidas por serem um dos mais importantes depósitos de volfrâmio do mundo, com excelentes amostras minerais, incluindo cristais muito bonitos.
"Loja dos Cristais" Minas da Panasqueira
A “Loja dos Cristais” nas Minas de Panasqueira, em Barroca Grande foi fundada em 1987, a loja vende cristais de várias espécies minerais. Inicialmente, os lucros beneficiavam uma fundação local, mas após o encerramento da mina em 1993, a empresa Beralt assumiu a gestão. A loja atrai visitantes de Portugal e outros países europeus.
O volfrâmio (ou tungstênio), é um mineral metálico que se concentra na unidade morfoestrutural do maciço antigo e tem numerosas aplicações, nomeadamente no fabrico de aço endurecido e de filamentos de lâmpadas elétricas incandescentes (devido ao seu alto ponto de fusão).
Durante os dois conflitos mundiais, em especial na Segunda Guerra Mundial, o volfrâmio assumiu uma importância extraordinária na economia portuguesa. Tratando-se, pois, de um metal estratégico com larga aplicação na indústria de armamento, a procura era enorme por parte dos países beligerantes, pelo que as cotações atingiram valores elevadíssimos, o que tornava rendíveis mesmo os pequenos jazigos.
Segunda etapa da viagem ( Barragem da Aguieira- Minas da Panasqueira)
Escombreiras- Minas da Panasqueira
A exploração das Minas da Panasqueira têm alguns impactes ambientais nomeadamente a acumulação de resíduos que resultam em formação de grandes escombreiras a céu aberto e que representam um grande risco de poluição ambiental, o que afeta a qualidade de vida da população local. Estes resíduos contêm metais pesados que podem contaminar as águas subterrâneas e superficiais. As escombreiras que se formam levam a que haja alteração na paisagem natural.
Foi um dia muito aprazível, percorremos, no total, cerca de 175 km que, apesar de cansativo, valeu muito a pena. Observámos paisagens diferentes daquelas que existem na nossa região. Vimos o funcionamento da central hidroelétrica e a sua importância em termos económicos, ambientais, entre outros. Além disso, tivemos a oportunidade de conversar com os trabalhadores das Minas da Panasqueira e perceber como é o dia a dia do trabalho numa mina e viver num local como este. Visitámos a “Loja dos Cristais” e vimos vários tipos de minerais. Em síntese, conseguimos aplicar todos os conhecimentos da disciplina de Geografia A.