O Velho Oeste: As Planícies Indígenas

Que tal conhecer um pouco sobre como surgiram os cowboys, sobre as cidades fantasmas e sobre os indígenas norte-americanos?

Pica-pau e um episódio rodeado de estereótipos e distorções sobre as práticas e modos de vida indígenas e sobre o Oeste como um todo.

Ah, o Velho Oeste. Com certeza você já deve ter visto alguma coisa mostrando esse lugar e esse momento da história, não? Filmes, jogos, desenhos animados, o Oeste norte-americano está por todo lugar. Histórias incríveis de cowboys enfrentando perigosos índios, de ladrões de trens enfrentando xerifes, de homens e mulheres corajosos vivendo em um lugar desconhecido somente com o espírito da aventura. Mas será que foi mesmo assim? Prepare seu chapéu, seu cantil, seu cavalo e um cachimbo da paz, e vamos ver o que a História nos fala sobre o Velho Oeste!

Uma representação de uma típica quadrilha de ladrões do Velho Oeste, no jogo Red Dead Redemption 2. Disponível em:  5bd0a9eed2e64857ad34f8c3 (3255×1627) (insider.com) 

Esse conteúdo está dividido em seis partes. Nesta primeira seção, você vai aprender um pouco sobre como os povos das Grandes Planícies utilizavam seus mapas e como era a relação deles com os europeus: ingleses, franceses e espanhóis.


As Planícies Indígenas

Antes da chegada dos cowboys, dos mexicanos e dos brancos em geral, os indígenas já viviam na região chamada de "Grandes Planícies", uma gigantesca área que vai desde o norte do México até o centro-sul do Canadá, atravessando o centro dos Estados Unidos. Um lugar lindo, mas também bastante difícil de se viver, ainda mais quando não existiam geladeiras, carros e ar-condicionado. Afinal, a comida estraga rápido em um lugar como o da foto abaixo.

Uma foto área das Grandes Planícies hoje em dia. Disponível em:  Planícies_2.jpg (300×450) (trello-attachments.s3.amazonaws.com) 

As Grandes Planícies, além de vastas, tinham poucas opções de abrigo, de água e de comida, já que são milhares de quilômetros de campos planos! Imagina como deveria ser viver em um lugar assim, onde era tão fácil se perder, já que tudo parecia ser igual? Os espanhóis tentaram chegar até lá no começo dos anos 1500, mas não conseguiram ir muito longe. Os estadunidenses tiveram o mesmo destino, chamando aquela região durante muito tempo de Grande Deserto Americano, já que era praticamente impossível para eles viver lá.

Mesmo assim, as planícies foram conquistadas e colonizadas. Esse mapa mostra a região destacada em vermelho e cada uma dessas manchas escuras representa uma cidade.. Mas como foi possível isso? Como as pessoas conseguiram enfrentar esse Grande Deserto Americano?

Como mostra esse mapa, a região das Grandes Planícies possuía diferentes nações indígenas. Todas elas desenvolveram formas de sobreviver nesse lugar, formas de vida que os mexicanos e estadunidenses iriam ter que usar para poder ter sucesso.

Era comum a vida nômade nas tribos e nações. Shoshone, Cheyenne, Comanche, Sioux, são exemplos de povos que viviam percorrendo a planície de um lugar a outro em busca de alimentos. Sua dieta e modo de vida giravam em torno de um animal específico: o búfalo. Essa criatura magnífica dava aos indígenas a carne como alimento, o couro como roupa e tecido das tipis (as cabanas circulares onde eles dormiam e viviam) e até os tendões e ossos como ferramentas e armas! Essa importância do búfalo fez com que o animal tivesse uma importância religiosa para muitos povos, sendo visto como a manifestação do chamado Grande Espírito, abençoando todas as pessoas.

Os majestosos búfalos. Hoje se encontram em extinção, sendo que os poucos animais existentes vivem em grande maioria em fazendas e centros voltados apenas para sua reprodução. Disponível em:  Planícies_1.jpg (2000×1125) (trello-attachments.s3.amazonaws.com) 

Mas era preciso que as pessoas tivessem uma forma de se localizar na vastidão das planícies nessas migrações. Como isso era feito? Através de mapas é claro, mas mapas muito diferentes daqueles que você e eu conhecemos. Esses mapas eram feitos no couro de animais, normalmente búfalos ou cervos. Não apenas mapas, mas muitas representações do modo de vida eram feitas nos couros, como o calendário e até a história das próprias pessoas! De qualquer forma, para se localizarem, utilizavam de linhas que representavam rios, de pontos que seriam montanhas e eventualmente utilizavam outros símbolos para representar por exemplo, um campo de caça.

Esse é um calendário feito na pele de um cervo pelo povo Kiowa, da região dos estados do Texas e Oklahoma, no sul das planícies.

Além disso, era comum o uso dos chamados "mapas efêmeros". Efêmeros, porque logo que eles eram feitos, rapidamente se extraviavam. O mais comum eram mapas feitos no solo, usando terra e areia para fazer os caminhos e acrescentando pedras, folhas, armas, o que tivessem perto, para definir lugares específicos, como montanhas, rios e aldeias. Esse tipo de mapa era usado normalmente pelos caçadores e guerreiros em marcha contra tribos rivais, para que alguém que conhecesse a área pudesse mostrar aos colegas o caminho que iriam seguir.

Esse é um mapa comum feito na areia. Os mapas indígenas eram feitos com mais informações é claro, mas infelizmente a areia não é um lugar muito bom para que um mapa possa durar algumas centenas de anos. Disponível em:  map-sand-sculpture.jpg (400×258) (wordpress.com) 

Os mapas e o cosmos

O búfalo era a manifestação do Grande Espírito, mas essa poderosa entidade de união e paz aparecia em outras formas para os diversos povos das planícies. A religiosidade era muito importante para eles, por isso povos como os Navajo (no atual estado do Novo México no sul dos Estados Unidos) e os Sioux (etnia indígena que vive no norte dos Estados Unidos nos estados das Dakotas, Montana, Minessota, e no centro-sul do Canadá, nos estados de Manitoba e Saskatchewan) utilizavam mapas e desenhos representando o cosmos e como o Grande Espírito se manifestava para as pessoas.

Esse é um mapa cosmográfico feito por Manuel Lacuso, um membro do povo Diegueño. Nele, há um centro e o mundo é representado como um círculo em sua volta. Nas beiradas do mundo, existem as quatro grandes montanhas (os pequenos círculos) que representam pontos sagrados. Além disso, existem desenhos de constelações no interior do círculo. Essas eram usadas para guiar e orientar o indivíduo, para saber se está voltado ao norte, oeste, enfim.)

O mapa ao lado, além de mostrar a importância do cosmos, mostra a importância de outro elemento religioso importante para os indígenas da América do Norte em sua imensa maioria: o círculo. O círculo representa a perfeição, já que ele não possui defeitos e cantos, é perfeito. O mundo era representado como um círculo para mostrar o poder e a grandeza do Grande Espírito, que concedeu a graça às pessoas de viverem na Terra, nesse mundo perfeito. O círculo não era utilizado apenas em mapas, mas também em danças, rituais e até na disposição das aldeias e acampamentos.

Esse é um desenho feito em 1855 representando como eram as aldeias do povo Pomeioc, no estado da Carolina do Sul. Apesar de ser bem longe das Grandes Planícies, é interessante observar o conceito do círculo presente na imagem da aldeia. Disponível em:  The village of Pomeioc, North Carolina (archives.gov) 

Os Indígenas e os Europeus

O momento da história que chamamos de Velho Oeste, durou cerca de 80 anos, entre 1830 e 1910. Isso não quer dizer que os indígenas até esse momento viviam isolados do restante do mundo. Muito antes, desde que franceses e espanhóis haviam chegado em terras americanas, os mundos de indígenas e europeus se conectaram. E desde aquele momento, os indígenas e seus conhecimentos foram fundamentais para que os europeus pudessem sobreviver ao difícil ambiente do continente americano.

Esse é um mapa francês feito no início do século XIX mostrando todas tribos com as quais eles haviam feito contato desde os anos 1600. Como dá para perceber pela área verde escura, eles já conheciam vários dos povos das planícies.

Apesar de os filmes e histórias que são feitas sobre o Oeste terem o hábito de mostrarem os indígenas como "selvagens" e hostis aos brancos, isso não era bem verdade. Os contatos, principalmente nesse início das relações, eram frequentemente amistosos. Afinal, os primeiros brancos a chegarem, eram sempre mercadores. Buscando peles, esses mercadores entravam no interior do continente buscando contato com povos e aldeias para poder oferecer suas bugigangas (inclusive armas) em troca de pele. Isso seria um padrão por toda a América do Norte: os mercadores abriam o caminho para a colonização. A importância indígena não ficava apenas como clientes e fornecedores, mas também porque os mercadores dependiam do conhecimento indígena. Esse conhecimento envolvia também os mapas.

Esse é o primeiro mapa que um indígena fez para um europeu nas Grandes Planícies. No caso, foi feito por um homem chamado Miguel, provavelmente membro do povo Pueblo do oeste do Texas, a pedido de Don Francisco Valverde.

O mapa ao lado foi feito por Miguel na Cidade do México, depois que foi capturado pela expedição de Juan de Oñate em 1602. Ele representa as aldeias da área ao sul das grandes planícies. É interessante observar como ele fez as representações das aldeias em forma de círculos - alguns menores, outros menores - sendo que muitos estão conectados através de linhas que representam caminhos. Além disso, a própria Cidade do México está representada no mapa, pelo círculo grande na parte de baixo do mapa. Com essas informações, o governo espanhol na Nova Espanha poderia planejar estratégias de colonização e contato com esses povos no Norte.

Um mapa com ideia semelhante é esse, feito provavelmente em 1724 por um chefe indígena da Carolina do Sul, para os ingleses.

O mapa acima está em melhores condições de digitalização e é mais fácil perceber o que o chefe fez. Primeiro, é interessante notar que o mapa foi feito na pele de um animal, provavelmente um cervo. Segundo, assim como o mapa de Miguel, este mapa mostra as diferentes aldeias e tribos em forma de círculos de diferentes tamanhos e ligadas entre si. Todavia, dessa vez as terras dos brancos, como Charlestown e Virgínia, estão representados em quadrados. Será que o chefe quis mostrar com isso que os brancos viviam em uma sociedade imperfeita?

Mapa de 1703. As Planícies já eram conhecidas pelos europeus. Clique no botão abaixo para dar zoom no mapa e ver os diferentes povos representados nos mapas europeus.

De qualquer forma, europeus e indígenas se conheciam e estavam conectados através do comércio e da necessidade do conhecimento. Frequentemente os caçadores franceses desciam o rio Mississipi até as margens das planícies para trocar armas e mantimentos por peles de animais com os povos da região. Da mesma forma, os espanhóis constantemente enviavam missionários para tentar catequizar seus vizinhos do norte, como os povos Comanche e Apache, povos guerreiros que tinham o hábito de atacar assentamentos espanhóis para obterem cavalos para suas caçadas. Por isso, mapas como o que temos ao lado, serviam para indicar quais povos viviam em quais regiões.

Uma pintura representando os temíveis guerreiros Comanche, que durante décadas defenderam sua terra no atual Texas contra as tentativas de colonização dos espanhóis. Disponível em:  Comanches.jpg (600×341) (trello-attachments.s3.amazonaws.com) 

Havia também casos como o desse mapa, de 1754, mostrando o relevo do atual estado de Minnesota, nos EUA. Ele foi feito por um francês, mas tendo por base informações que um homem chamado Ochagach passou

Mesmo com essas diferenças, os conhecimentos dos dois são de extrema importância para compreendermos os diferentes momentos do processo histórico que configurou o Oeste norte-americano. Em meados do século XVIII, os exploradores brancos dependiam dos conhecimentos indígenas para sobreviver e se estabelecer no interior do continente enquanto os indígenas estabeleciam alianças para obter mantimentos e armas europeias.


Referências

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Créditos

Acácio Garcez Carneiro

Graduando do curso de História pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Conteúdo produzido para o Laboratório de Cartografia e Didática da História

Professor: Tiago Kramer de Oliveira

Conteúdo adaptado para publicação no Programa de Educação Tutorial (PET) da História/UFSC

Professor tutor: Tiago Kramer de Oliveira

Uma representação de uma típica quadrilha de ladrões do Velho Oeste, no jogo Red Dead Redemption 2. Disponível em:  5bd0a9eed2e64857ad34f8c3 (3255×1627) (insider.com) 

Uma foto área das Grandes Planícies hoje em dia. Disponível em:  Planícies_2.jpg (300×450) (trello-attachments.s3.amazonaws.com) 

Mesmo assim, as planícies foram conquistadas e colonizadas. Esse mapa mostra a região destacada em vermelho e cada uma dessas manchas escuras representa uma cidade.. Mas como foi possível isso? Como as pessoas conseguiram enfrentar esse Grande Deserto Americano?

Como mostra esse mapa, a região das Grandes Planícies possuía diferentes nações indígenas. Todas elas desenvolveram formas de sobreviver nesse lugar, formas de vida que os mexicanos e estadunidenses iriam ter que usar para poder ter sucesso.

Os majestosos búfalos. Hoje se encontram em extinção, sendo que os poucos animais existentes vivem em grande maioria em fazendas e centros voltados apenas para sua reprodução. Disponível em:  Planícies_1.jpg (2000×1125) (trello-attachments.s3.amazonaws.com) 

Esse é um calendário feito na pele de um cervo pelo povo Kiowa, da região dos estados do Texas e Oklahoma, no sul das planícies.

Esse é um mapa comum feito na areia. Os mapas indígenas eram feitos com mais informações é claro, mas infelizmente a areia não é um lugar muito bom para que um mapa possa durar algumas centenas de anos. Disponível em:  map-sand-sculpture.jpg (400×258) (wordpress.com) 

Esse é um mapa cosmográfico feito por Manuel Lacuso, um membro do povo Diegueño. Nele, há um centro e o mundo é representado como um círculo em sua volta. Nas beiradas do mundo, existem as quatro grandes montanhas (os pequenos círculos) que representam pontos sagrados. Além disso, existem desenhos de constelações no interior do círculo. Essas eram usadas para guiar e orientar o indivíduo, para saber se está voltado ao norte, oeste, enfim.)

Esse é um desenho feito em 1855 representando como eram as aldeias do povo Pomeioc, no estado da Carolina do Sul. Apesar de ser bem longe das Grandes Planícies, é interessante observar o conceito do círculo presente na imagem da aldeia. Disponível em:  The village of Pomeioc, North Carolina (archives.gov) 

Esse é um mapa francês feito no início do século XIX mostrando todas tribos com as quais eles haviam feito contato desde os anos 1600. Como dá para perceber pela área verde escura, eles já conheciam vários dos povos das planícies.

Esse é o primeiro mapa que um indígena fez para um europeu nas Grandes Planícies. No caso, foi feito por um homem chamado Miguel, provavelmente membro do povo Pueblo do oeste do Texas, a pedido de Don Francisco Valverde.

Um mapa com ideia semelhante é esse, feito provavelmente em 1724 por um chefe indígena da Carolina do Sul, para os ingleses.

Mapa de 1703. As Planícies já eram conhecidas pelos europeus. Clique no botão abaixo para dar zoom no mapa e ver os diferentes povos representados nos mapas europeus.

Uma pintura representando os temíveis guerreiros Comanche, que durante décadas defenderam sua terra no atual Texas contra as tentativas de colonização dos espanhóis. Disponível em:  Comanches.jpg (600×341) (trello-attachments.s3.amazonaws.com) 

Havia também casos como o desse mapa, de 1754, mostrando o relevo do atual estado de Minnesota, nos EUA. Ele foi feito por um francês, mas tendo por base informações que um homem chamado Ochagach passou