
Geomorfologia
Conheça as características geomorfológicas da Raia Divisória
A Raia Divisória possui arenitos do Grupo Caiuá, um tipo de solo sujeito a erosão, que está presente na morfoescultura (modelado) do relevo. A origem das estruturas deste área encontra-se entre as unidades morfoesculturais do Planalto Ocidental Paulista, Terceiro Planalto Paranaense (MAACK, 1968 (2017)) e do Planalto Sul-Mato-Grossense, dispostos numa grande região geomorfológica brasileira denominada: Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná (ROSS,2009), também conhecida por Planalto Centro-Ocidental.
Na área, predominam os planaltos sedimentares que se formaram durante o Cretáceo Superior. Esses planaltos estão acima de camadas de arenito da Bacia Bauru e podem ser divididos em dois grupos: Grupo Caiuá e Grupo Bauru!
Além disso, também encontramos afloramentos do Grupo São Bento. A região possui grandes áreas de planícies e terraços fluviais, que são formações de antigas planícies de inundação. Esses lugares se formaram a partir de depósitos aluvionares, que são sedimentos trazidos pela água, durante a era Cenozoica, nos períodos Holoceno e Pleistoceno. Em geral, o Planalto Centro-Ocidental constitui a continuidade física do reverso de Cuestas Basálticas limitadas a leste apresentando um relevo de aspecto monótono, com predomínio de colinas e morrotes (ROSS,2009).
Figura 1: Principais formas de relevo continentais. Fonte: GeoEducação Chapada Diamantina
A região do Pontal do Paranapanema, que fica no Planalto Centro-Ocidental Paulista, tem um tipo de relevo interessante para estudarmos as formas de relevo. Nela, encontramos colinas amplas com topos planos (que chamamos de "tabulares") e vertentes que podem ser retas ou levemente arredondadas. Essas características do relevo são semelhantes às que vemos no Planalto Sul-Mato-Grossense, na região Sudeste deste estado.
Já na região Noroeste do Paraná, temos o Terceiro Planalto Paranaense. Esse lugar é dividido em três partes: o Planalto de Paranavaí, o Planalto de Umuarama e o Planalto de Maringá. Esses planaltos também apresentam relevo semelhante ao do Pontal do Paranapanema e do Sul-Mato-Grossense, mas com altitudes diferentes.
Figura 2: Esquema de uma área fluvial. Fonte: Bolson e Teixeira (2020)
Para compreendermos melhora altitude, a inclinação e as variações do terreno, foram elaborados mapas de acordo com as nomenclaturas do mapeamento Geodiversidade destes estados feitos Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, 2010, 2010a e 2016). Além disso, complementaremos a análise das formas de relevo raiano, com alguns mapas referentes à morfometria (hipsometria, declividade e índice de concentração de rugosidade), extraídos do modelo SRTM (NASA,2000).
Hipsometria: Mostra a altitude das áreas.
Declividade: Indica quão íngreme é o terreno.
Índice de Concentração de Rugosidade: Mostra a quantidade de variações no relevo.
Relevo da Raia Divisória
Geomorfologia Raia
Hipsometria
Hipsometria Raia
Declividade
Declividade Raia
Unidades do Relevo
Relevos Residuais
Nas partes mais altas da região da Raia, encontramos morros testemunhos (aqueles que ficaram para contar história), no vale do rio Paranapanema, em cada uma de suas vertentes (paranaense e paulista), ambos possuem mais de 600 metros como no caso do Morro Três Irmãos (ou Três Morrinhos) no lado paranaense, ou do Morro do Diabo no lado paulista conforme a seção transversal da figura 3. Estas áreas apresentam maior nível de dissecação forte e relevo mais irregular, bem como de declividade fazendo com que a encostas dos morros sejam bastante íngremes,(montanhoso: entre 45% a 75%), (EMBRAPA,2006).
Figura 3: Seção Topográfica Transversal do vale do rio Paranapanema no trecho entre os Três Morrinhos (vertente paranaense) ao Morro do Diabo (vertente paulista). Fonte: Fernandes, Couto e Solto (2013)
Na região, encontramos relevos residuais que são formados pela silificação das dunas de arenito do antigo Deserto Caiuá. Isso significa que essas dunas se transformaram em rochas duras, formando morros testemunhos que chegam a ter até 200 metros acima do nível do solo ao redor. Além das duas elevações mais conhecidas, há também a ocorrência de outras duas de menores elevações, na fazenda Santa Ida em Teodoro Sampaio/SP e no município de Porto Rico/PR (FERNANDES, COUTO e SOLTO, 2013).
Figura 4: Modelo de evolução geomorfológica regional, para os Três Morrinhos e Morro do Diabo. Fonte: Fernandes, Couto e Solto (2013)
Figura 5: Morro Três Irmãos ou Três Morrinhos, município de Terra Rica/PR Figura 6: Morro do Diabo, município de Teodoro Sampaio/SP Fonte: Gonçalves, D. L. 2023
Faça você mesmo sua maquete topográfica! Escolha abaixo o modelo e siga as instruções junto ao professor
Exemplo de Maquete do Morro do Diabo
Exemplo de Maquete dos Três Morrinhos